Era um belo sonho.
Sonhava que estava na casa dos falecidos pais e dançava com o irmão no centro da sala de estar aconchegante.
Alegrava-se e gargalhava dos próprios tropeços e pisões doloridos que dava nos pés alheios.
Nunca fora uma boa dançarina, por mais que o irmão esforçasse para lhe ensinar.
O sonho desvaneceu-se.
Francielle acordou.
Estava na sua cama, com o rosto deitado no tórax desnudo do marido.
O ar gélido da madrugada adentrava no quarto pelas brechas da janela de madeira.
Escutava o som do vento e o barulhento ronco do marido.
Mas, além desses costumeiros ruídos, havia outro.
Congelou.
Atrás dela, rente ao seu ouvido, soava numa melodia descompassada a respiração de alguém.
Um desconhecido que não deveria estar ali.
Medo perfurou as camadas da mente e lhe sufocou.
Tentou virar-se, mas, para seu espanto, não conseguiu.
Os membros do corpo não acatavam aos comandos do cérebro.
Desespero lhe abateu com a força de um Tsunami.
A risada maléfica rompeu ao mesmo tempo em que sentiu mãos frias e deformadas lhe tocando.
O toque era desinibido e deslizava sobre sua pele sem pudor.
Era íntimo.
De alguma forma, sabia o quão malicioso e mal-intencionado ele era.
Gritou, mas não ouviu o som.
Sussurros incoerentes eram soprados, fazendo-lhe consumir em angústia e temor.
Berrou, porém, novamente, ruído algum escutou.
Era como uma surda, que não ouve sua própria voz.
Quis debater-se e lutar contra as carícias libidinosas.
Quis empurrar-se para longe do desprezível toque.
Todavia, era incapaz de reagir.
Nenhum único membro obedecia às suas ordens.
Os murmúrios sombrios e misteriosos continuavam, ela sentia a presença atrás de si.
Viu-se afogando no medo aterrador quando uma das mãos rastejou e infiltrou-se entre suas coxas.
♫ Trim, Trim, Trim…♫
Subitamente, abriu os olhos.
Confusa e desnorteada ficou um longo segundo parada.
O despertador do celular do marido — que sonolento caçava o aparelho debaixo do travesseiro — tocava alto e incessantemente; fora ele quem lhe acordará.
Tudo que você sente
na Paralisia do Sono
É REAL.
Escolhi essa historia para o "lançamento" do blog para aproveitar que hoje é o dia do Halloween.
Pensei comigo: Que tal uma historinha um pouco macabra? Quero deixar claro que existem explicações cientificas para esse fenômeno assustador que todo mundo passa, ao menos uma vez na vida, mas nem todos acreditam na explicação da ciência.
Caso tenha gostado, saiba que virão muitas outras historias, inscreva-se no blog e fique à vontade para fazer comentários e entrar em contato ♥